domingo, 4 de agosto de 2013

Rapidinha - Breve história do Vinho - XV


Chegou a Idade das Trevas !?

 Foram necessários 14 capítulos e mais de um ano para chegarmos a um dos períodos mais críticos da rica história desta divina bebida, estamos na Idade Média, estamos na Idade das Trevas, e vamos permanecer por aqui por um tempo..........
No início da era cristã o vinho já tinha seu status consolidado, era um produto comercial rentável, ocupava toda a Europa da época, detinha uma importante posição cultural, e era visto como uma bebida mais do que agradável, capaz de proporcionar bem estar e facilitar as interações sociais.
A adoção do cristianismo como religião oficial do Império Romano acabou por consolidar o status do vinho, afinal ele representava nada mais nada menos do que o sangue de Cristo.
O colapso e a conseqüente ruína da parte ocidental do Império trouxe consigo, medo, incertezas, e muita desconfiança, seriam os invasores bárbaros capazes de entender o papel do vinho na cultura da época e sua importância social e econômica?
Os invasores de origem germânica traziam consigo além da fama de bárbaros impiedosos e cruéis, a de bons bebedores de cerveja!
Os romanos viam os antigos alemães como viciados em cerveja forte, uma bebida rústica, alcoólica, extraída com muito pouca arte e freqüentemente adulterada, portanto muito longe de poderem apreciar um bom vinho, a verdade mesmo é que o romanos foram destruídos, perderam, e como tal não poderiam admitir outro cenário, típico de perdedores em qualquer situação.
O engraçado de tudo isso é que mesmo deixando qualquer preconceito de lado, ainda hoje podemos conceber a imagem do italiano elegante no seu Armani apreciando seu fino Brunello em um local exclusivo de Roma ou Milão e do alemão enchendo a cara de cerveja na Hofbrauhaus de Munique por exemplo..
Brincadeiras à parte, o fato é que em pleno século XXI, tanto italianos como alemães produzem vinhos que são verdadeiras jóias.
Bem de volta ao século V a questão é a seguinte:, teriam  as tribos germânicas, classificadas como “bárbaras” pelos “civilizados” romanos,  o necessário discernimento para então  preservarem os vinhedos tão duramente por eles cultivados através dos séculos, ou seria o fim de uma história começada há milênios.

“Nunc est bibendum”, que tal um bom vinho enquanto espera para ver....
Até breve, Bacco a seu dispor.

Ref: Rod Phillips, Hugh Johnson...

foto : Minha homenagem aos bebedores de cerveja, essas eu trouxe de lá, 1985 eu acho.

 

 

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