terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Desistindo do Vinho da Cesta Básica

É isso, definitivamente não é do meu perfil, mas acho que vou desistir desta empreitada...............
Falei, conversei, perguntei, pesquisei, li, ouvi,  acabei meio que não sei............vejam bem :
- Uns acham que vinho não é alimento e muito menos remédio, é bebida e como tal seu consumo não deve ser incentivado, faz sentido, principalmente em sociedades pouco instruídas.
- Outros acham que o vinho nunca vai ser uma bebida popular e mais, nem deve, não é por aí.
- A idéia de ampliar na base não significa necessariamente aumento do consumo, o que é preciso é melhorar a imagem do vinho nacional, será que é só isso? e a qualidade como fica?
- O vinho não vai substituir a pinga em nenhuma circunstância, nem mesmo a cervejinha, uma pena........
- No carnaval de SP a organização proibiu a venda de vinho nas embalagens tetra, e nenhuma entidade do setor reclamou!!
- O vinho atende mais ao conceito de “aspiração” do que de “utilidade”, na sociedade moderna conhecendo e bebendo vinho você acrescenta “estilo” ao seu modo de ser, mais do que qualquer outra bebida!!??
- Vinho se mistura com geografia, história, gastronomia, cultura, está ligado a um comportamento social distante do popular.
- O mercado precifica o vinho e dá seu recado, aceita pagar mais por ele do que outras bebidas, ....correto isso?
- A embalagem de caixinha não vai pegar, não serve para vinho...será?

Outro dia dei de cara com uma Bag in Box de “vinho tinto de mesa suave”, traduzindo, vinho feito de uvas não viníferas, um corte de Isabel e Bordô, aquele docinho cuja produção só acontece por aqui, e assim mesmo custando mais de $ 10/litro, brincadeira!
Agora em Março o Paraná seguindo os demais estados vai fazer uma singela alteração na cadeia de tributação disfarçada de “antecipação tributária”, o resultado será um aumento da ordem de 20% na conta do apreciador, se ele bobear o aumento pega.
As principais entidades do setor criaram um grupo de estudo para desenhar a estratégia de crescimento do consumo, “ Grupo de Trabalho da Cadeia do Vinho”, poucos acreditam que saia alguma coisa da iniciativa, eu também...
E por fim, minha Bag in Box lá da geladeira chegou ao fim agregando mais tristeza do que alegria, o vinho que já não tinha agradado no início, que não atendia a uma meta realista de custo x benefício, foi se degradando devagarzinho caminhando para um final melancólico, sem deixar saudades. A experiência de diluir em água como os antigos se mostrou desastrosa, o vinho não tinha estrutura para tal. Menos mal, era apenas uma brincadeira.....
Pois é, quem sabe um dia algo de bom acontece e aí eu volto ao assunto, assim espero, mantenho as esperanças, até lá vamos nos concentrar na proposta do blog, “uma papo que pretende ser pura diversão e se acrescentar bons vinhos e boas companhias então tudo fica perfeito”

Nunc est bibendum,............ saudades do amigo Edu
Até breve, Bacco a seu dispor.





sábado, 23 de fevereiro de 2013

Epc - "Esse é prá Casar"

A verdade é que não é de hoje que eu gosto dos vinhos da Santa Ema, há muito tempo uma das primeiras vinícolas do Chile a me chamar a atenção, veio para o Brasil em 86, seu primeiro mercado de exportação, seus vinhos são efusivos, de uma personalidade marcante.Produz vinhos para gostos e bolsos distintos, considero uma das vinícolas que melhor entende as nuances da Merlot chilena. Esse Gran Reserva é um ótimo exemplo disso.

Santa Ema
Gran Reserva – Merlot 2009
Acl. = 13,5%
Valle del Maipo - Chile

Alguns críticos costumam eleger a Merlot como uma uva feminina por ser suave e aveludada, este aqui não é um bom exemplo, é másculo, estruturado e intenso. Um Merlot de um rubi profundo, com suas frutas vermelhas um pouco escondidas pela madeira denunciada pelo chocolate, pela baunilha e pelo tostado, eu gosto! Tânico na medida certa, álcool integrado, boa estrutura, boca pesada, e longa..
Comprei na “Queijos e Vinhos” do Mercado Municipal de Curitiba e paguei $ 59,60

“Nunc est bibendum” – É isso, recomendo, esse é 2009, se esperar um pouco mais ele agradece....
Até breve, Bacco a seu dispor.



quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

EpC - "Esse é prá Casar"

Amigos & Amigas, olha aí Bacco inaugurando mais uma seção do blog.

Depois do “Dúvidas Devidamente Degustadas – DDD-Bacco”, agora vem aí o "Esse é prá Casar - EpC"
A idéia é simples, muito simples, compartilhar com vocês o vinho que chegou, se apresentou, e agradou, ponto.
Os comentários são de autoria própria, no máximo dividido com o produtor e a Bia é claro, e não precisam e nem devem “sofrer de unanimidade”
Vamos lá então ver se dá certo..................................

Angove Family Winemakers
Long Row – Riesling 2010
Alc. = 10,5%
South Australia.

"Um australiano correto, honesto, capaz de refletir alguns dos melhores predicados da Riesling, aroma floral intenso, cítrico, notas de maracujá, acidez legal, boca cheia, final longo, tudo isso com só 10,5% de álcool. Foi bem com o combinado de sushis&sashimi do King Temaki do Batel.Comprei na Vino do Mercado Municipal de Curitiba e paguei $ 45,90"

“Nunc est bibendum” – É isso, recomendo, não guarde beba jovem... 
Até breve, Bacco a seu dispor.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Enfrentando o vinho da Cesta Básica

Então, comprei uma Bag in Box ! está lá na minha geladeira há duas semanas, tomo uma taça todo dia no almoço ou no jantar.

Estou só, a Beatriz optou por não correr o risco de me fazer companhia.
O líquido permanece inalterado desde o dia que eu abri, ponto para a embalagem!
Veja bem eu disse inalterado, e não gostoso, agradável,..etc
Nota:“A minha boa vontade está presente e o meu preconceito recolhido, pelo menos eu acho que sim”.
A todo momento eu procuro focar no custo-benefício e no gosto popular, coerente com a proposta da cesta básica.
O vinho como alimento atende perfeitamente um dos anseios da sociedade moderna, o da utilidade.
Neste caso bebe-se o vinho com foco nas suas propriedades alimentares, nos seus decantados benefícios para a saúde em geral, para acompanhar uma comida, e até buscar um pouco de prazer, o bem estar que o consumo moderado de álcool proporciona, dando vazão àqueles sentimentos guardados, difíceis de serem compartilhados em qualquer situação........
Para estas funções de utilidade o vinho pode assumir um perfil meio que anônimo e deve ser necessariamente de baixo preço, um vinho corrente de grande volume, produzido por vinhas novas de alto rendimento, com emprego de tecnologia voltada para reduzir custos e distribuição inteligente.
A minha Bag in Box exagera um pouco, o vinho é muito mais anônimo do que se poderia aceitar, e não é barato como deveria ser, paguei $ 28,00 em uma promoção devido às baixas vendas do produto ( $ original = $ 36,00), como a embalagem equivale a 4 garrafas, paguei $ 7,00 / garrafa.
Era para ser um syrah (Shiraz), está lá no rótulo, mas só lá......entende?
A vinícola que produz este vinho tem todas as outras condições, vinhas novas de alto rendimento ( ou existe syrah velha por aqui?), recursos tecnológicos, nome respeitado e bem posicionado no mercado, só falta o preço justo, justo pela proposta do vinho, pela qualidade oferecida, pela população que ele quer ou pelo menos deveria atender.
No preço original de $ 9,00/garrafa estava meio que encalhado , na promoção a situação não era muito melhor segundo o vendedor da loja, ele mesmo pouco animado com o produto.
Como eu tenho pouca esperança de que no curto prazo um vinho desta qualidade venha a custar no máximo $ 5,00/litro , autoridades e produtores precisariam de mais empenho para isso, (por sinal este é o meu valor de custo benefício para ele, quem não estiver de acordo que fale), na segunda metade da minha Bag in Box eu vou tomar a minha dose de vinho diluído em água, assim como faziam os antigos e sábios gregos e romanos, vai render mais, e portanto ficar mais barato, e quem sabe até mais gostosinho......... ..

“Nunc est bibendum”, me aguardem...........
Até breve, Bacco a seu dispor.