domingo, 4 de março de 2012

O Julgamento e os Ícones Chilenos


“Os pesares podem ser aliviados com uma boa noite de sono, um banho e uma taça de vinho” – São Tomás de Aquino

Devo reconhecer minha desatenção no último “post” ao mencionar o “Desafio de Paris”, na realidade a menção correta seria “O Julgamento de Paris”, é desta forma que o evento é conhecido, com direito a livro, filme, e inúmeras interpretações.
Peço desculpas a vocês, mas vou aproveitar a oportunidade para ir em frente então.
O Julgamento como muitos já sabem, refere se a uma “degustação à cegas” realizada em Paris em 1976, onde 9 profissionais franceses de alto renome, traídos pela arrogância e prepotência ou simplesmente pegos de surpresa, distraídos, em um dia infeliz, tanto faz......,acabaram por “premiar” menosprezados e até então desconhecidos vinhos californianos em detrimento de verdadeiros Ícones franceses.
Foi a vitória dos azarões Montelena (Chardonnay) e Stag’s Leap (Cabernet Sauvignon) ambos de 1973 sobre Meursaut’s, Montrachet’s, Mouton’s, Haut Brion’s, entre outros famosos, até então verdadeiros “Deuses do Olimpo” dignos apenas de Baco e Dionísio
Digamos que o impacto destas escolhas no meio do vinho foi algo parecido como, o “Suvaco do Cristo” sendo consagrado campeão na Sapucaí , os hermanos batendo a seleção brasileira na final de 2014 (e por goleada), ou quem sabe Titirica como o mais novo e competente governador de São Paulo.
A verdade é que, passado a ressaca pelo que se viu ( e se bebeu ) em Paris naquele distante 1976, o Julgamento enfraqueceu a força mítica em torno dos grandes vinhos franceses ( ainda são grandes meu amigo ), abriu um racha entre Velho e Novo Mundo, e permitiu que todo o mundo vinícola passasse a acreditar na capacidade de criar seus próprios “Ícones”.
Trouxe também algumas distorções eu acho, o Julgamento foi baseado em notas de avaliação, e hoje em dia uma pontuação do Parker tem mais importância do que notas de degustação.
De qualquer maneira esta é a dica para que eu possa aqui mencionar aqueles que considero como os verdadeiros Ícones “supertintos” chilenos : Almaviva, Don Melchor, Cabo de Hornos, Clos Apalta, Montes Alpha M, Viu 1, Santa Rita Casa Real, Clos Quebrada de Macul, Vinhedo Chadwick , além de Seña, Don Maximiano, Altair, Caballo Loco, Manso de Velasco,............deixo espaço para os seus.
Estes vinhos são na sua maioria de Cabernet Sauvignon e ou mescla com Merlot, Cabernet Franc ou Carmenere, e mais recentemente Syrah, sempre de elevada qualidade e por conseqüência elevados preços, ainda assim mais acessíveis do que os franceses do Julgamento .............
“Nunc est bibendum”, um “supertinto” por favor, um Ícone se possível.
Até breve, Bacco a seu dispor

Thanks : Adega (foto), Amarante........Ícone? aquele que é referência, é destaque....ok?

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