sexta-feira, 16 de março de 2012

Queridos Hermanos!


“A pátria é algo que se sente, que não se pode explicar.
Eu sinto muito profundamente.
Se a definirmos, estamos diluindo-a em palavras.”
Jorge Luis Borges


Não sei não, mas ao escrever um novo e importante capítulo da história do Novo Mundo vinícola, os argentinos devem ter levado em consideração o pensamento do escritor e poeta portenho.
De antigo produtor de vinhos populares, muitas vezes servido misturado com água, a um país referência mundial entre os produtores de qualidade passaram se apenas 20 anos!
Além de estratégia, foco, aprendizado, investimentos, é preciso muita paixão, a dose certa de mente e coração, de pragmatismo e emoção, acho que Borges concordaria.
Venceram todos os obstáculos que encontraram pela frente, inclusive a grande resistência do seu próprio povo, muito chegado no rústico vinho de mesa produzido a partir de uvas “criolla” e cereza.
Dos quase históricos e impressionantes 100 litros/ano/habitante, muito vinho barato e ruim é verdade, hoje os hermanos bebem 36 litros/ano/habitante, vinho mais caro, mas de muita qualidade também, é o tal do custo/benefício em ação.....
(Nós ainda estamos na casa dos 2 litros/ano/habitante,e o governo está pensando em taxar o vinho importado, que mania não!)
Exemplo de dificuldade que se tornou oportunidade, a Argentina por necessidade está se tornando exímia exportadora de vinhos de qualidade internacional, incomodando bastante o atual líder sul americano o Chile, embate de gente grande!
Eu sinto tudo isso quando abro um bom Malbec argentino.
Hoje a Argentina conta com mais de 1.200 vinícolas, com uma área imensa de plantio, sendo 94% de uvas finas viníferas, além da Malbec, é preciso respeitar também sua Cabernet Sauvignon, sua Merlot, sua Chardonnay, e sua (de verdade mesmo) Torrontés, já bebeu um branco de Torrontés da região de Cafayate?
Os argentinos plantam uva desde a gélida Patagônia até a cálida e desértica região de Salta, usam corretamente a altitude como defesa para o calor excessivo na maioria das regiões, e estão trocando a ambientalmente incorreta mania de usar e abusar da água existente ( irrigação dos vinhedos por inundação ) por uma maior consciência ecológica ( irrigação por gotejamento ), o mundo, vinícola ou não, agradece.
“Nunc est bibendum”, - Ninguém é Pátria, todos os somos – J.Luis Borges.
“ Até breve, Bacco a seu dispor"

Thanks :Larousse do Vinho, Viotti, Amarante..............

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