terça-feira, 27 de setembro de 2011

Uma Saga Brasileira - Prá frente Brasil,il,il,il....!


“A hora é agora, ............Brasil mostra a sua cara.” (viva Cazuza)

Definitivamente estamos no caminho da nossa “maioridade vitivinícola,” Miolo, Salton, Pizzato, Lídio, Argenta, Valduga, Carrau,Geisse,...., já carregam esta responsabilidade nas costas, outros estão a caminho.
A direção eles já encontraram, qualidade, qualidade, e qualidade.
Esta é a única garantia de sucesso em um mercado que deseja e precisa ser competitivo, respeitado pelos seus clientes e aberto à concorrência.
As melhores regiões (infelizmente sem as vantagens naturais de Chile e Argentina), as melhores cepas, as melhores tecnologias, as melhores consultorias, o melhor marketing, as principais tarefas de casa estão sendo feitas com seriedade, afinco, disciplina, tenacidade, coragem e atitude de sobra.
Não adianta plantar em tudo que é lugar, vinho fino de qualidade só com gaúchos e catarinas, o resto é figuração
Não adianta plantar de tudo um pouco, uva, clima, e solo precisam da máxima harmonia entre eles, (um casamento a 3 perfeito, impossível, será?) tecnologia ajuda é claro, conhecimento nem se fala, mas o bom vinho nasce no campo e ponto final.
O conhecimento deve ser buscado onde ele estiver, exige humildade, não é fácil.
Paradigmas e tradições devem ter espaço reduzido, mais difícil ainda!
Sendo assim então, vejamos :
A Serra Gaúcha (Vale dos Vinhedos) ainda é o nosso principal e mais conhecido pólo vitivinícola, é o melhor, não creio, e não estou só, ok, está implantado, é uma denominação de origem, a nossa primeira, legal mesmo, tem história, tem tradição, mas tem potencial para chegar lá, infelizmente creio que não. Ela não atende muito bem a algumas leis fundamentais que regem “um terroir perfeito para o vinho perfeito” (um capítulo à parte), exige muito do homem, da tecnologia, ....e até da sorte, assim não dá.
O pessoal mencionado lá em cima parece que já percebeu isso, e muitos estão olhando com mais carinho para a Fronteira Gaúcha, ali mais perto do disciplinados uruguaios (Campanha e Serra do Sudeste), onde aí sim parece que podemos chegar lá, escolhida por razões técnicas e não históricas sem os paradigmas e tradições tão caras aos gaúchos da Serra.
É também a vez dos “catarinas”, sob o guarda-chuva da Acavits (Associação Catarinense de Produtores de Vinhos Finos de Altitude), eles também estão dando demonstrações concretas de que conhecem os seus desafios.
O potencial da região é grande ( São Joaquim, Campos Novos e Caçador ), um “terroir de altitude”, 100% de “videiras viníferas” plantadas entre 900 e 1400m acima do nível do mar.
Clima mais seco que o gaúcho na época da colheita, gradiente térmico de mais de 10ºC entre dia e noite, bom, muito bom, as uvas agradecem (boa sanidade dos cachos, maturação correta)
Aqui vai uma palhinha, a eternamente famosa e classuda, porém cheia de preguiça quando se trata de amadurecer, a Cabernet Sauvignon se adapta melhor aqui do que na Serra Gaúcha, onde ainda é a variedade mais plantada. Interessante né?
A Pinot Noir é outra que gosta muito da região, que por sinal tem potencial para produzir em um futuro breve o melhor Sauvignon Blanc do continente.
Comparada com as regiões vinícolas do Velho Mundo, podemos dizer que Santa Catarina ainda nem ultrapassou a fase da fralda, mamadeira, e chupeta (assim como o Enrico meu neto!), mas já produz alguns dos melhores vinhos brasileiros do presente, um enorme potencial sem dúvida (assim como o Enrico meu neto!)
Entre os destaques, Villa Francioni, Pericó, Quinta da Neve, Suzim, Sanjo, Panceri, e Villaggio Grando, fique atento a este pessoal, eu estou atento (e bebendo seus vinhos sempre que possível)
Bacco,e o Vale do São Francisco ?, quente meu amigo, muito quente, um suador danado, quem sabe um espumante feito com uva Moscatel, docinho e levinho,.. e só.
Só mais uma coisinha, safra é coisa séria, umas são boas, outras ruins, umas poucas, excepcionais, por aqui a de 2005 foi uma dessas. Habitue-se a ler rótulos, ajuda muito...................
“Nunc est bibendum”, um brazuca da safra 2005,please. )
Até breve, Bacco a seu dispor.........

Thanks : Viotti, José Amarante, Larousse.....

Nenhum comentário:

Postar um comentário