domingo, 17 de março de 2013

Rapidinha "Breve história do Vinho XII"

"Por um as podes tomar vinho
Por dois podes tomar o melhor
Por quatro podes tomar Falerno"

Não é de hoje que a relação “preço x prazer” impera quando o assunto é vinho.

Na Pompéia de antes do Vesúvio acordar, onde mais de 200 tabernas vendiam vinho à população, o Falerno reconhecido em Roma como o vinho dos nobres era oferecido por um preço quatro vezes maior do que o do vinho comum.
Pompéia a Bordeaux da Itália romana era na época o maior porto vinícola do império e abastecia Roma com todos os tipos de vinho da época.
Assim como Bordeaux de hoje e seus “Châteaux”, esplêndidas “Vilas” a maioria produtoras de vinho, circundavam a cidade de Pompéia.
O Império consumia cada vez mais vinho, muito além do “convivium”, o modelo romano para o “simposium” grego, toda população tinha de alguma forma acesso à bebida, as mulheres antes proibidas de beber ( “quando bebiam perdiam o sentido de descrição e ficavam mais propensas a cometer adultério” – Juvenal ) , agora já não sofriam tanta restrição, o vinho barato chegava até aos servos e escravos, e Pompéia lucrava com tudo isso.
O primeiro exemplo da dependência de Roma com relação ao vinho de Pompéia vem com um terremoto que destruiu grande parte da cidade e com toda safra de 62 d.C, um horror!
Mas o pior viria anos mais tarde quando o Vesúvio fez sua parte e em 79 d.C soterrou Pompéia e levou de quebra a vizinha Herculano. ( A erupção de 79 d.C foi 10 vezes maior do que a do Monte Santa Helena em 1980 !)
O caos se instalou em Roma, a safra de 78 perdida, a de 79 não viria jamais, a corrida para plantar vinhas em qualquer lugar próximo a Roma com a conseqüente destruição de trigais, obrigou as autoridades locais a tomarem medidas duras, o abastecimento de alimentos da capital estava em perigo.
Por decreto imperial em 92 d.C novos vinhedos foram proibidos de serem plantados na Itália, e outros nas províncias ultramarinas foram arrancados.
O decreto durou 200 anos mas não impediu o crescimento da indústria vinícola, ufa!

“Nunc est bibendum”, saúde, salve amigo Luque!
Até breve Bacco a seu dispor

Ref : Hugh Johnson, Rod Phillips



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