quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Tintas da Elite da 1ª Divisão - The End!


CARMÉNÈRE

Um fenômeno de marketing, mas também o resultado da competência técnica dos nossos amigos chilenos quando o negócio é vinho.
Muitos gostam, ou passaram a gostar do Carménère chileno depois de conhecer sua linda história
Ok, reconheço que já é possível apreciar um bom Carmènére, aqueles que atingem pontuações entre 86 e 90 em degustações / avaliações consideradas sérias e competentes.
Mas saber que ela já foi um casta considerada extinta, e que há pouco mais de 15 anos foi redescoberta com direito a presença de autoridades, show ao vivo, e tudo mais, é muito charme não é ?
Até data tem para este renascimento : 25 de Novembro de 1994 ! ( não se esqueça de abrir um Carmènére nesta data )
Isso tudo nos faz esquecer que ela já foi considerada uma casta de segunda linha, destinada a ser coadjuvante em vinhos cortados.
Parente próxima da Cabernet Sauvignon , da Merlot, e da Cabernet Franc, foi abatida pelas pragas (séc XIX) e pelo visto não deixou muitas saudades aos franceses que depois de se livrarem do oídeo, do míldio, e da filoxera, (aja praga !) se livraram dela também e decidiram por replantar suas parentas e esquecer de vez a Carmènere !! (uma uva de cultivo difícil , a mais tardia das uvas )
Pelo menos um não se esqueceu dela, Jean Michel Boursiquot (ampelógrafo francês !) achou a coitada entre as videiras de Merlot no vinhedo da Viña Carmen no Chile.
À partir deste fato, os chilenos como sempre, começaram a trabalhar sério na construção do que hoje é considerado por muitos o vinho emblemático do Chile, o varietal tinto de Carménère ! Um sucesso em todos os sentidos.............
Não procure “custo x benefício” em um Carmènére, para ele ser bom é preciso muito trabalho, muito cuidado, muita paciência para aguardar o momento correto para a colheita, e consequentemente muito investimento, tudo isto não fica barato não !
Parece que os melhores vêm da região de Peumo, procure no rótulo
Sugestão, compare sempre que puder um Merlot e um Carmènére chilenos, ambos têm semelhanças e diferenças, e veja quantas você consegue descobrir !

É isso aí, até breve.......................

MALBEC

Com menos romantismo do que os chilenos com sua uva ícone, os hermanos fizeram o mesmo com a Malbec
A Malbec apesar de francesa de nascimento, e ao contrário da Carmènére, ainda cultivada por lá, hoje é sinônimo de “vinho argentino” !
Lá na França na região de Cahors, a “Auxerrois” ( uva preta ) como a Malbec é chamada, produz vinhos bem encorpados, intensos, de cor escura e vida longa.
Acontece que na Argentina a Malbec que chegou por lá em meados do século XIX, apresentou enorme potencial, maior até do que na sua região de origem, e os hermanos então começaram a aprender como domar todo este fôlego.
O resultado é que hoje tem Malbec para todos os gostos, aqueles mais simples($), feitos para serem tomados jovens de médio corpo com aromas característicos e boa fruta. Há também os “Malbecões”($$$), encorpados, densos, escuros, alcoólicos, “feitos para durar”, produzidos para serem guardados com a garantia de que realmente melhoram com o passar dos anos ( tenha um na sua coleção ) .
A Malbec colocou definitivamente a Argentina no “Mapa do Vinho”, prova de que a estratégia do hermanos estava certa

É isso, até breve

TEMPRANILLO

Ufa !, aos 45’ do segundo tempo, fechando o time de uvas tintas que eu considero como “Elite da 1ª Divisão”, eis que me aparece uma espanholita , OLÉ ! ( já não agüentava mais falar das francesas )
A Tempranillo é o carro chefe dos bons vinhos espanhóis, e dos importantes também, quer seja da Rioja, de Ribeira del Duero, ou qualquer outra região da Espanha, e ponto final....
E bons vinhos espanhóis já não são tão raros assim, portanto vamos de Tempranillo de tanto em tanto, ok? (escolha um crianza para começar, procure no rótulo )
O vinho de Tempranillo é colorido, baixos taninos, baixa acidez, com ótima relação de amizade e compreensão com o carvalho ( envelhece bem em bons barris de carvalho francês ! ).
Embora sendo fundamentalmente espanhola, Portugal também cultiva esta rapariga por lá, eles a chamam de Tinta Roriz e Aragonês dependendo da região. Por aqui vale à pena dar uma olhadinha nos Tempranillo produzidos pelos hermanos, não se esqueçam o que eles já fizeram com a Malbec
Nós temos o “Fortaleza do Seival Tempranillo”, é....pois é.

Atenção : “Primum bebere, deinde philosophari”
Até breve, Bacco a seu dispor.........................

Um comentário:

  1. Grande Maru

    Ótimo os seus artigos sobre os tintos, aprendi de montão!!! Fiquei até com mais vontade de beber alguns Merlots e Syrahs. Acho que você poderia contribuir também sugerindo alguns vinhos para serem experimentados, por exemplo, qual Tempranillo você recomenda?
    No mais aguardo ansiosamente pelos comentários dos brancos, mais especificamente sobre a sua visão dos Sauvignon Blanc's de Marlborough.

    Grande abraço

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