Egito – No tempo dos Faraós
“Os egípcios enterravam seus mortos com comida e bebida para sobreviverem no além, onde esperavam receber os amigos”
Devemos aos egípcios grande parte do conhecimento que temos sobre a cultura do vinho de 3 a 5 mil anos atrás.
Não foram eles os primeiros a produzir vinho, isso já sabemos, mas foram eles os primeiros a registrar e celebrar através das suas famosas e inequívocas pinturas a história de amor e devoção por sua viticultura. Amor, respeito, devoção e também muito conhecimento, isso há 5.000 anos companheiro!
Dominavam a tecnologia como poucos, do plantio à produção, distinguiam qualidades de vinho com a mesma segurança de um Robert Parker, ou Jancis Robinson....
Os principais e mais impressionantes registros estão concentrados nos túmulos dos reis, nobres, sacerdotes, altos funcionários, autoridades, e até de humildes artesãos.
No túmulo de Scorpion I um dos primeiros reis egípcios foram encontradas centenas de jarras que deveriam conter vinho, algo como 4.500 litros ! ( 3.150 a.C)
Uma das mais interessantes coleções de vinhos egípcios foi encontrada na tumba de Tutancâmon, rei em 1.348 a.C e morto apenas 9 anos depois, as jarras, cerca de 3 dúzias continham selos com local de origem, ano da colheita e o nome do produtor ??!!!!
Só por estarem em companhia de tão nobre personalidade, podemos supor que estes vinhos eram os melhores que os egípcios produziam
Sabemos muito ou nada sobre seus vinhos, depende do ponto de vista do observador.
Sabemos onde e de que forma eles produziam, como o nomeavam, armazenavam, serviam, e bebiam, mas não sabemos seu gosto???
Reproduzir o vinho do Egito Antigo não é difícil, tal o número de informações que temos, e o resultado não seria um vinho de qualidade, tal qual a realidade de hoje do Egito moderno, ele certamente não pode ser reconhecido como um produtor de vinhos de qualidade.
Na contrapartida desta conclusão com base apenas nos conhecimentos técnicos, não podemos desconsiderar o peso e a importância de uma cultura como a egípcia que descrevia o vinho como bom, ótimo, às vezes excelente até, e que lhes proporcionava tanto prazer ao ser consumido, simplesmente uma questão de respeito e ponto final.
Inúmeras pinturas expressam o prazer que sentiam ao beber, geralmente as cenas de banquetes eram serenas, elegantes e decorativas, com cenas explícitas de um relacionamento cordial entre os presentes, homens e mulheres.
O prestígio da bebida pode ser medido também pelo seu uso ritual, como oferenda aos deuses e aos mortos, nenhuma outra bebida fazia parte destes rituais.
Está em Lúxor a antiga capital, em cujo apogeu foi considerada a maior cidade do mundo, a maior parte dos registros da produção e dos padrões de consumo daquela época.
“Nunc est bibendum” Salve Osíris, Deus da vida após a morte, Senhor do vinho que jorra, Senhor da embriaguez no festim.....
Até breve, Bacco a seu dispor
Ref : “A história do vinho” – Hugh Johnson ; Breve história do Vinho – Rod Philips.
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