quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Vinhos de Butique
“Cada vinho é uma criatura única, de origem geográfica,........ os melhores sempre revelam com orgulho de onde vêm” – trechos do livro de Neal Rosenthal.
Neste final de semana li seu livro, um respeitado negociante de vinhos de NY, expoente conhecedor e defensor do conceito de “terroir”
Relembrando o conceito já discutido aqui no blog, na concepção dele: “..as particularidades de cada região...a combinação solo, clima, tipo de uva e talvez, história humana,.....são responsáveis pelas características especiais e únicas dos vinhos nela produzidos.
Passei pelas 250 páginas em um fôlego só, uma leitura muito gostosa, ao expor sua visão muito particular e principalmente sua paixão pelo mundo do vinho, Neal consegue nos tornar cúmplices dos seus sonhos.
Outro olhar sobre a obra, agora para os mais pragmáticos, muito além do negócio de vinhos, a maneira como ele traça seus planos e metas, seus objetivos de aprendizado, e principalmente sua visão e abordagem no relacionamento com seus potenciais clientes/fornecedores podem ser comparados a uma boa tese de doutorado em qualquer MBA de qualidade reconhecida.
Porém discordo da sua visão crítica sobre “os métodos modernos do Novo Mundo”, e “sua necessidade de produzir vinhos atraentes em sua juventude, e levados ao mercado o mais rápido possível”
Pois é justamente esta base de vinhos prontos para o consumo, vinhos honestos de boa qualidade, e também de ótimo custo/benefício, a razão do sucesso da indústria vinícola do Chile.
E o sucesso tem que fazer parte do negócio, certo ou não?
Com raras exceções, o confrade, conhecedor experiente, o colecionador apaixonado, o exibicionista abonado, para os demais cristãos apreciadores eventuais ou não de um bom vinho, a imensa maioria por sinal, para estes qual seria o caminho natural, que tal o tinto chileno da prateleira do super mercado da esquina, ou no máximo o da loja de vinhos mais próxima.
Garanto que ele vai sair satisfeito com a escolha, diga-se de passagem pronta para ser consumida ,bem dentro daquilo que ele se dispunha a gastar, e tranqüilo quanto ao resultado quando mais tarde em boa companhia, o vinho for aberto e bebido.
Não entendo quando alguns críticos se referem a uma tal “falta de elegância” quando estão frente à um bem trabalhado, carnudo, potente, alcoólico, madeirado Cabernet tinto chileno.
Muito cuidado aqui companheiro, na busca da tal da “elegância” se você não estiver disposto, ou não quiser mesmo colocar a mão no bolso, pode acabar abraçado a um Bourgone Rouge muito sem graça, aguadinho de morrer ( os realmente elegantes e bons são para poucos....).
Os vinhos de exceção, os ícones, os vinhos de butique como o Neal os chamou em seu livro estão aí e fazem parte do eleitorado, e assim como o Velho, o Novo Mundo está pronto para provar que também tem todas as condições de produzi-los
Coincidência ou não, este ano nas reuniões da confraria vamos degustar vinhos de garagem, vinhos de pequenos produtores, e o Chile já deu sinal de vida com os excelentes Parcela#7 e o varietal Carmènére, ambos da pequena Von Siebenthal, instalada ali no Valle del Aconcágua, vizinhando nada mais nada menos com o ícone chileno Seña.
A próxima será a também pequena Gillmore com suas vinhas do Valle del Maule, a maior e mais antiga região vinícola do Chile.
“Nunc est bibendum”, um vinho de butique, do Novo Mundo por favor, recomendo os aqui citados...
Até breve, Bacco a seu dispor
Ref: Vinhos de Butique – Artesanais,Raros,e Tradicionais – Neal Rosenthal, recomendo a leitura.
Foto: Confraria Bacco Ubriaco em ação...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Opa! "foteeenha" da degustação. grupo de elite :)
ResponderExcluir