terça-feira, 19 de julho de 2011
Festa de Queijos & Vinhos, oba!
Tô nessa!
Quando se pensa em queijo logo vem à mente, França, Suíça, Holanda, Itália, e assim por diante, correto ?
Quando se fala de vinho, lembramos primeiro da França, Itália, Portugal, Espanha, e mais recentemente Chile, Argentina, Austrália..etc
Mas quando o assunto é Queijo & Vinho, aí é com a gente mesmo, nunca vi um povo gostar tanto de uma “Festa de Queijos e Vinhos” como nós brasileiros, concorda ?
Para o francês é pão e vinho (aquela baguete que chega debaixo do braço do eleito), para o italiano é massa e vinho , carne e vinho, muita comida e vinho, sempre, para o espanhol tapas e vinho, para o português sardinha frita e vinho, para nós, queijo e vinho, já percebeu isso ?
E tem mais, queijo e vinho bem do nosso jeito, sem medo de ser feliz, ou seja, o vinho que gostamos e os queijos que gostamos, pouco se lixando para as tais regras de harmonização (o coisa chata! diriam alguns..)
Eu vou mencionar aqui estas tais regras, mas você vai me prometer uma coisa, mesmo depois de ler tudo direitinho, tirar suas próprias conclusões, você não vai desistir do seus encontros com amigos para um queijo&vinho descompromissado. Combinado ? Então vamos lá :
“ Os queijos e os vinhos seguem uma sequência de serviço e cada etapa de queijos recebe seu vinho ideal para harmonização”
Você nem imagina onde isso vai parar !
“A primeira tábua é de queijos frescos e brancos moles, e combina com um Espumante ou um Sauvignon Blanc .
A segunda tábua é composta de queijos semimoles acompanhados por um Riesling ou um Gewurstraminer
A terceira tábua vem com queijos duros acompanhados de um tinto encorpado, italiano ou francês por ex.
A quarta tábua é a dos queijos azuis e devem combinar com um vinho doce, um Porto ou um Sauternes.”
Loucura total !
Mas tem uma alternativa, oba!, alguém pensou em um tipo de “quebra galho”, um jeitinho.....será mesmo?
“ Normalmente uma tábua de queijos vem com uma mistura de moles brancos, duros, e azuis, e aí você mira no centro do espectro e reduz os tipos de vinhos para 1 ou 2 no máximo, um branco e um tinto leve tipo Pinot Noir”
Não deu liga, não ajudou muito, continua muito complicado....
Então temos o estilo “focado”:
“Um só tipo de queijo e então neste caso, um só tipo de vinho”
É de dar sono companheiro !
Com tanta dificuldade, alguns preferem acreditar que queijo e vinho não são tão amigos assim. Engano, exagero, intriga da oposição, preciosismo, arrogância, medo, o que seja......, não acredite.
Eu confesso, adoro um queijo & vinho, a Bia idem, aqui em casa tem um quase toda semana, de preferência com amigos, mas ele acontece do nosso jeito, e mais adiante eu conto como é...
Antes vamos entender melhor do que se trata quando falamos de queijos moles, duros , azuis, etc.
Vamos dividir os queijos que mais conhecemos em 5 grupos distintos e assim fica mais fácil.
Frescos :são os tipo Mozarela de Búfala, Feta, Ricota, Mascarpone, estes não aparecem nas tábuas, só em receitas de regime e saladinhas...esquece.
Moles Brancos : Aí estão o Brie e o Camembert ambos franceses
Semimoles : temos o Masdan, o Goulda, o Edan, todos holandeses, mais o Appenzeller suíço o Munster francês e o Asiago italiano, entre outros é claro.
Duros : chegou a vez dos italianos Grana Padano, Parmegiano Reggiano, Pecorino, do Prima Dona holandês, do Emmenthal suíço e do Gruyère francês (manjados né)
Azuis : os queijos dos bichinhos ( minha avó Marie adorava !), o Roquefort francês e o legítimo Gorgonzola italiano.
Nove entre dez tábuas são formadas por estes queijos, no restaurante ou em casa mesmo. Concorda ?
Por falar em casa, aqui vai a nossa receita, não uma regra a mais :
a)De preferência combinamos com amigos, o papo faz parte da festa, dá outro tom para a qualidade dos pratos.
b) Montamos um tábua de pelo menos 4 tipos de queijos, sem muita preocupação de que grupo eles são, como gostamos de quase todos, variamos a cada encontro.
c) Compramos os queijos no dia, e tiramos da geladeira cerca de duas horas antes.
d) Os vinhos escolhidos são os tintos de sempre, aqueles que já gostamos, ou às vezes outros que queremos conhecer, tintos bem entendido, nem brancos nem espumantes.
Atenção ! para que vinhos e queijos não iniciem por conta própria uma guerra de egos para ver quem é o protagonista do espetáculo, convidamos outros personagens para dividir o palco, digo a mesa.
e) Frutas, elas assumem a responsabilidade de trazer uma acidez extra para o evento, e fazer uma espécie de limpeza no paladar
f) Presunto cru (Parma, Serrano, etc), quebra a monotonia, e evita exageros de queijos quase sempre muito gordurosos. ( o fígado agradece)
g) Geléias, ok pode parecer bagunça, mas não é, o que acontece é que um pouco de doce quebra a frieza, a rigidez, a formalidade das combinações, além de provocar seu paladar o tempo todo.
h) Pão, muito pão, de preferência um italiano, é o pão que dá o arremate final à cena. (só não vai me fazer um misto quente, ok?)
i) Água, sim sem gás, refrescante, mas sem excessos, a noite é de queijos e vinhos, deixe espaço para eles.
Como lhe falei, é só uma sugestão, monte você mesmo sua tábua, escolha seus coadjuvantes, abra seu vinho predileto, não tenha dúvidas do que fazer, só não abra mão do seu prazer por um queijos & vinhos.
Pode ter certeza, eles fazem um sólido casamento
“Nunc est bibendum”
Até breve, Bacco a seu dispor
Thanks : Adega, Revista de Vinhos, Juliet Harbutt
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adorei a dica. Obrigada!
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