segunda-feira, 24 de janeiro de 2011
Elegantes & Complicadas
PINOT NOIR
Na verdade a Pinot Noir tem mais fama e prestígio na teoria, nas conversas de entendidos, do que na prática, com exceção é claro dos fantásticos e distantes ($$$$) Borgonhas tintos ( Cote d’Or) ,e dos mais finos vinhos espumantes da Champanhe (idem, idem) , ambos coisa de outro mundo !
Ou seja, todo mundo fala, poucos bebem, e menos ainda a entendem de verdade !
Os desafios que a Pinot Noir impõe aos produtores é diretamente proporcional à motivação que eles sentem ao assumirem todos os riscos que representa cultivá-la, é uma questão de fascínio pela cepa, e pelo potencial de resultados, imenso podem acreditar
A fama de difícil, imprevisível, apegada ao seu terroir, fez com que seja “sofisticado” digamos assim pedir um Pinot Noir, dá aquela impressão que você conhece e é um apreciador sensível. Aí vem aquele vinho desbotado, ralinho, insosso ( e muitos ainda são assim mesmo) , e você com cara de entendido não deixa a peteca cair, mas por dentro bate aquela saudade do velho Sauvignon escuro, carnudo, cheio de presença.
Quem conhece a Borgonha no seu íntimo costuma dizer que lá são produzidos os melhores Pinot Noir do mundo ($$$$) e também os piores ($), e só, não tem meio termo..........portanto tire suas próprias conclusões.
No Novo Mundo tem muita gente procurando reproduzir os resultados da Borgonha ( os melhores é claro), mas ainda não chegaram lá, o que não invalida a tese de que de tanto em tanto devemos experimentar um Pinot Noir para conferir a evolução (mas não precisa fazer cara de entendido, ok ?)
Vou até arriscar um palpite, o Amayna chileno (R$ 110,00)
É isso aí....
SYRAH (Shiraz)
Outra francesinha que se arriscou mundo afora procurando um lugar ao sol, e encontrou literalmente na Austrália
Definitivamente não tem vida fácil, já que devido suas características somos levados a compara-la à Cabernet Sauvignon
E aí ? quem se arrisca a trocar um CS por um Syrah, duro né ?
Sua origem é o vale do Rhône, onde é responsável por grandes vinhos tintos, o Hermitage é o maior deles, também contribui no corte do “manjadinho” Châteauneuf-du-pape (conhece?).
A Austrália dedicou-se à Shiraz com mais entusiasmo do que outras regiões do Novo Mundo simplesmente porque ela foi a pioneira por lá, chegou antes, chegou primeiro, e geralmente nestes casos tem prioridade, certo ?
Como os australianos são muito focados em qualidade, seus Shiraz’s costumam ser muito bons. Eles frequentemente mesclam sua uva tinta predileta com Cabernet Sauvignon, com resultados às vezes ainda melhores (experimente um!)
Aliás um varietal de Syrah ainda me assusta um pouco, não é uma uva fácil, vinhos mais simples de Syrah costumam não agradar ao paladar em um primeiro momento, ela exige cuidados extras durante a vinificação e adora passar um tempo em bons barris de carvalho. (francês por favor)
Além dos australianos, outros no Novo Mundo tem produzido vinhos de Syrah, chilenos primeiro argentinos depois, não acho que já chegaram lá, mas assim como outras uvas, vamos provando e acompanhando a evolução, até porque variar de vez em quando faz muito bem aos nossos sentidos.
Mesmo no Velho Mundo ela tem aumentado sua presença e importância, Espanha (Pènedes) e Portugal (Alentejo) estão plantando mais Syrah e produzindo vinhos bem avaliados
É isso aí, degustem um Syrah de tanto em tanto e aumente o seu conhecimento ( e prazer..).
“Primum bebere; deinde philosophari”
Até breve, Bacco a seu dispor.........................
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Opa! Produção a toda nestas férias no litoral norte, hein ?
ResponderExcluirGostei das dicas elegantes e complicadas.Bom saber, pois tenho acesso a sua adega aqui em curitiba...assim não cometo nenhuma gafe rsrsrs
Bjs e aproveite as férias.
Resolvi dar minha opinião! mesmo sem conhecer o suficiente vou experimentar um PRIMITIVO...adorei a forma que você colocou..."escuros, encorpados, cheio de frutas maduras"...acho que se parece com o que gosto...depois te conto.Abç p vc e consultora...rsrs
ResponderExcluir